:: Laboratório de Roteiros do Panorama


Em sua quinta edição, o PANLAB – Laboratório de Roteiros do Panorama Internacional Coisa de Cinema é uma atividade voltada para roteiros baianos de curta ou longa-metragem ficção. Durante o laboratório, os roteiristas selecionados terão a oportunidade de receber consultorias individuais focadas no aprimoramento dos seus projetos.

Roteiros Selecionados

Curta-metragens
Azul Bebê, de Julia Gutmann Dias
Catulo, de Emaxsuel Roger Rodrigues
Tesourada, de Daniel Campanha Lisboa
''L'', de Edson Bastos e Henrique Filho
Cassandra, de Lara Freitas de Carvalho
Bendita Chuva, de Jamille Fortunatto
E o que a Gente Faz Agora?, de Marina Pontes
As Balas que não dei ao meu Filho, de Daniel Arcades e Thiago Gomes

Longa-metragens
Tonho, de Bernard Attal
Diorama, de Matheus Vianna
Primeiro Passo, de Guilherme Sarmiento

Sinopses

AS BALAS QUE NÃO DEI AO MEU FILHO
Jessé é um homem negro, pai, morador de periferia e policial. No bairro onde ele vive, com seu filho e seu pai, acontece uma ação escusa de um grupo de policiais. O filho adolescente de Jessé desaparece de casa durante a ação e ele começa a receber mensagens dos companheiros relatando o sucesso da incursão e citando jovens mortos. Jessé teme por seu filho. O que acontece quando o jovem negro morto em uma chacina é parente de um policial? O que pensar quando o sistema que protege também é o que mata? Este é o ponto de partida para “As balas que não dei ao meu filho”.

AZUL BEBÊ
A jovem Manu defronta-se com sentimentos de aprisionamento, solidão, medo e amor ao vivenciar seus primeiros momentos como mãe inaugurando uma fase de reconhecimento e reconstrução de sua nova identidade.

BENDITA CHUVA
Em um povoado conservador e religioso do sertão nordestino mora Benedita e seu “companheiro” inseparável: um guarda-chuva. A relação entre eles começa na infância, quando sentindo-se perseguida pelo olhar de Deus, Benedita usa o guarda-chuva como um esconderijo. Já na adolescência, Benedita faz deste esconderijo uma fuga para cometer pecados. E é na mescla entre o real, o imaginário, sonhos e lembranças que Benedita se depara com seus piores medos: Deus, o Diabo e ela própria.

CASSANDRA
Cassandra ainda não sabe, mas há algo de errado. Obra baseada livremente no mito de Cassandra, princesa de Tróia.

CATULO
Catulo (38) olha-se no espelho. Vê pouco de si e do que tentou construir ao longo de sua vida: um músico de arrocha bem-sucedido, um filho mais presente, um pai zeloso por sua filha de apenas nove anos. A narrativa do filme mostra esse momento limiar da vida do protagonista: um momento em que ele percebe que seus sonhos e suas práticas de adolescência chegaram ao fim, que tocar em uma churrascaria quase vazia parece ter perdido sentido, que suas amantes, suas paixões começam a lhe incomodar mais do que lhe dar prazer. A morte de sua mãe demarca uma possibilidade de viagem, de mudança de rumos. Assim, Catulo decide partir de sua cidade natal – Cachoeira/BA – para ir em sentido ao sul do país, em busca de sua filha, em busca de uma outra imagem de si refletida no espelho.

DIORAMA
Depois de 30 anos, Vilson, um taxidermista informal, volta ao sertão da Bahia em busca de um ave rara que pode lhe render o transplante que necessita. No retorno ao berço árido, duras lembranças do seu passado ganham vida. O reencontro com Neto Borges e a aproximação com a jovem Pratta conduzem o empalhador para uma inesperada resolução da desejada sobrevida.
E O QUE A GENTE FAZ AGORA?
Encantada com o desenho de duas mulheres se beijando delicadamente na parede de sua universidade; Maya resolve fazer um filme sobre elas.

L
Leonor, 60 anos, recebe homenagens de amigos e familiares a respeito de Coronel Muniz, seu esposo que é sepultado no cemitério de Ilhéus. Iara, amiga de longas datas, se solidariza com Leonor e lhe oferece todo o apoio, por saber o que é ser viúva. Na casa de Leonor, mais tarde, após amigos e familiares irem embora, Iara e Leonor ficam a sós. Leonor desabafa ao recapitular a vida que teve com Muniz e, no momento de fraqueza e choro, é confortada por Iara. Elas se beijam intensamente e dormem juntas. No dia seguinte, conversam sobre o sentimento que uma alimentava secretamente pela outra há alguns anos, e como a noite anterior proporcionou um prazer que elas nunca tinham sentido. Não têm mais tempo a perder, decidem se casar e informar aos filhos e netos de Leonor. Os filhos não aceitam muito bem, ainda está muito recente da morte de Coronel Muniz, seria um desrespeito à memória dele. Mas ela é firme na sua decisão. Viveu toda a vida em um relacionamento sem amor porque seus pais lhe obrigaram e agora ela se sente livre para ser quem ela é e não permitirá que filhos e netos a obriguem a fazer o contrário. Em seu casamento, no cartório, Leonor e Iara recebem o carinhos dos amigos e familiares.

TESOURADA
O Soldado Fonseca, recebe uma ordem do seu superior, Subtenente Alcides, para retirar um cabeleireiro que assentou seu salão ao lado do quartel da Marinha ao ar livre. Uma missão aparentemente simples, mas que a partir do encontro entre os dois, coisas misteriosas começam a acontecer.

TONHO
Tonho, um padre exemplar de uma pequena paróquia do interior da Bahia, se torna dependente ao frequentar um abrigo de drogados. Afastado da Igreja, começa um caminho de reconstrução e enfrenta os conflitos entre sua escolha religiosa e os desejos e aspirações de um homem comum.

PRIMEIRO PASSO
Baseado em fatos reais, Primeiro Passo conta a história de Major Ferreira, um oficial de polícia militar que, por força das circunstâncias, acaba transferido para um órgão dentro da corporação responsável por projetos de prevenção ao uso Indevido de drogas(NPUID). Lá, com a ajuda de uma funcionária “encostada”, e o professor junkie anarquista Guará, arregimenta alguns praças desajustados para a montagem de uma peça de teatro e, aos trancos e barrancos, encena a história de um jovem que é resgatado do vício. O projeto ganha repercussão regional e começa a contrariar os interesses do Comando-Geral, em meio ao recrudescimento de repressão ao tráfico.

Consultores do Laboratório de Roreiros

ALEKSEI ABIB é roteirista e script-doctor e assina os roteiros de “A Via Láctea” (46a. Semaine Internationale de la Critique, Festival de Cinema de Cannes); do documentário “O Último Kwarup Branco”; e da novela “Água na Boca”, da Band. Escreveu séries documentais e ficcionais para os canais de TV Futura, RBS e CNT. Em anos recentes, tornou-se um dos consultores de roteiro mais requisitados do país, onde contam, entre outros, o script-doctor de “ELENA”, de Petra Costa (pré-indicado ao OSCAR 2015); “De Menor”, de Caru Alves de Souza (Melhor Filme no Festival do Rio 2013); “O Último Cine Drive-In”, de Iberê Carvalho (Prêmio da Critica, Festival de Gramado, 2015); “Hoje”, de Tata Amaral (Melhor Roteiro, 44o Festival de Brasília); “Mais Forte que o Mundo", de Afonso Poyart, e o telefilme "Amor ao Quadrado", de René Sampaio. Além disso, foi consultor nas edições de 2009 a 2013 do Laboratório de Roteiros do SESC (antigo Sundance). Atuou, ainda, na mesma função para filmes em regime de coprodução internacional do antigo Depto. Internacional da produtora O2 Filmes; e como analista e instrutor de roteiros para a Rede Globo (“Profissão Repórter”, do jornalista Caco Barcellos). Atualmente, é líder do Núcleo Criativo da Produtora Pavirada, contemplada na primeira edição do Prodav 3 do FSA, 2014, e consultor do Núcleo TV Norte, do Pará , e Flô Projetos, de Goiânia, nas edições 2014 e 2015. É um dos autores do livro “Profissão Repórter", lançando em conjunto com Rede Globo pela Editora Planeta, em comemoração aos dez anos do programa.

CAETANO GOTARDO escreveu e dirigiu nove curtas-metragens, entre os quais “Merencória” (2017), “O menino japonês” (2009) e “Areia” (2008), e um longa-metragem, “O que se move” (2013). Também escreveu o roteiro de “O silêncio do céu” (2016), longa de Marco Dutra, e montou “Trabalhar Cansa” (2011) e “As boas maneiras” (2017), ambos dirigidos por Juliana Rojas e Marco Dutra, com quem integra o coletivo de realizadores Filmes do Caixote.

IANA COSSOY PARO é roteirista, mestre em meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP com a dissertaçãoEscrever o som: busca pelo espaço do sonoro em roteiros audiovisuais. Formada em Cinema pela EICTV-Cuba com especialização na ESCAC - Espanha. Assistente do escritor, roteirista e consultor cubano Eliseo Altunaga desde 2009. Foi aluna na oficina “Como se cuenta un cuento”, ministrada por Gabriel García Márquez (2007). Assina com o diretor Marcelo Muller o longa Eu te Levo (Academia de Filmes, lançado em 2017) e colaborou no roteiro de As Duas Irenes, de Fabio Meira, (2017). Foi professora de roteiro na ELCV- Santo André (2013 e 2014) e dá aulas no Ateliê Bucareste, no Espaço Itaú de Cinema, e aulas e assessorias de roteiro desde 2012 na EICTV. É membro do Coletivo Vermelha, grupo de realizadoras que estuda e promove ações relacionadas a participação e representação das mulheres no audiovisual, fundado em 2014.